06/09/2011 - 11h56
Justiça confirma condenação de reú do caso Dorothy Stang
FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO
O Tribunal de Justiça do Pará negou nesta terça-feira (6) pedido do
fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, que tentava anular
decisão do júri que o condenou pela morte da missionária Dorothy
Stang.
Ele foi condenado no ano passado a 30 anos de prisão, acusado de ter
sido um dos mandantes do crime, mas pediu um novo julgamento.
Galvão é o único dos cinco réus em liberdade. Os desembargadores da 1ª
Vara Criminal, no entanto, votaram na sessão desta terça que ele seja
preso.
Na apelação enviada à Justiça, a defesa negou envolvimento do
fazendeiro no crime e disse que ele teve o direito de defesa cerceado
porque ficou sentado longe do seu defensor durante o julgamento.
Alegou ainda que a pergunta enviada aos jurados foi má redigida e os
induziu a erro.
Os quatro desembargadores rejeitaram todos os argumentos, inclusive a
possibilidade da defesa de pedir novo julgamento. Para eles, o
protesto por novo júri foi extinto após lei de 2008.
Os desembargadores também negaram pedido para diminuir a pena.
O advogado de Galvão, Jânio Siqueira, disse que vai recorrer ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na
sessão de hoje, ele declarou que o caso teve "pressões imediatistas"
de ONGs internacionais.
O CRIME
A freira norte-americana naturalizada brasileira foi assassinada em
2005 numa estrada em Anapu (PA), onde ela liderava o PDS (Projeto de
Desenvolvimento Sustentável) Esperança.
Segundo as investigações da polícia, o crime foi encomendado por
Galvão e por Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, porque ela denunciava
a intenção da dupla de tentar possuir ilegalmente de um lote do
assentamento.
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