Brasil tem 60 mil homicídios sem solução
Paraná, Espírito Santo e Rio possuem o maior número de investigações em aberto; meta é encerrá-las até julho de 2011
Jailton de Carvalho
O retrato da impunidade ganhou contornos ainda mais dramáticos com levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público divulgado ontem. Pelo estudo, as polícias civis acumulam pelo menos 60 mil inquéritos sobre homicídios abertos até dezembro de 2007 e, até o momento, não concluídos.
São casos de assassinatos, crime mais grave previsto no Código Penal, em que os autores não foram devidamente identificados e, por isso, permanecem sem qualquer punição.
As pilhas de inquéritos sem solução são maiores no Paraná, com 9.281 casos; no Espírito Santo, com 8.893; e no Rio de Janeiro, com 8.524. Entre os cinco primeiros da ineficiência estão ainda a Bahia, com 6.903 inquéritos em aberto, e Minas Gerais, com mais de 5.419 assassinatos não esclarecidos.
O quadro da violência e da impunidade pode ser ainda mais grave. Seis estados e o Distrito Federal não repassaram informações para o levantamento. Alguns estados encaminharam dados parciais.
Esta é a primeira vez em que uma instituição brasileira faz e divulga os resultados sobre assassinatos não esclarecidos. Os números, até então inéditos, deixaram impressionadas até autoridades acostumadas a lidar com a questão da violência e da impunidade no país.
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