sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Para especialistas, defensores dos direitos humanos precisam de mais proteção


Para especialistas, defensores dos direitos humanos precisam de mais proteção

Da Agência Brasil

Brasília – Representantes de organizações não governamentais (ONGs) defenderam hoje (18) a ampliação das políticas de proteção aos defensores dos direitos humanos. "Temos que proteger o defensor, com escoltas, com o que for, mas de forma que ele continue trabalhando", disse o pesquisador da ONG Justiça Social Rafael Dias, durante o segundo dia do 1º Seminário Internacional do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, que termina amanhã (19) em Brasília.

Para a diretora da ONG internacional Front Line, Mary Lawlor, também é preciso garantir a segurança das famílias dos defensores. As metas da organização para os próximos três anos incluem aumentar a visibilidade dos defensores e fortalecer as entidades que os protegem.

Uma pesquisa feita pela instituição durante seis meses com profissionais do mundo todo indicou que a atuação dos defensores de direitos humanos está mais difícil. "A repressão é maior. São mais assassinatos e mais esforços para tirar a legitimidade do trabalho deles", acrescentou Lawlor.

Diana Sanchez, diretora da Minga, organização não governamental que atua na Colômbia, destacou que, no país, os defensores têm de lidar ainda com um conflito interno armado. "Fazemos um duplo trabalho: defender os direitos humanos e nos proteger dos abusos a que estamos expostos todos os dias", completa.

Segundo ela, a ajuda de outros países tem sido fundamental para diminuir a violência contra os defensores na Colômbia. "O governo colombiano é muito sensível aos relatórios da comunidade internacional porque isso mostra como o mundo vê o nosso país e isso pode significar mudanças no cenário econômico", explica Diana.

Dados da organização revelam que cerca de 16 defensores foram assassinados por ano no país entre 2002 e 2008. A diretora destacou que o número de agressões diminuiu com a criação de iniciativas como o Programa Não Governamental Somos Defensores, em 1998; de redes internacionais (a exemplo da ABColombia) e das declarações e diretrizes da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU). "É por causa de ações como essas que os números não são maiores", afirmou.


Edição: Lílian Beraldo

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