Ministro rebate Exército e diz que Comissão da Verdade é um 'dever'
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (15) que a criação da Comissão da Verdade é um "dever do Estado brasileiro" e rebateu as críticas do comando do Exército, que já se mostrou contrário ao projeto de lei para criar o grupo.
"A Comissão da Verdade, que se discute hoje no Congresso Nacional, é um dever do Estado brasileiro também [como a comissão de anistia]. O direito ao esclarecimento de fatos é um compromisso histórico, democrático, que tem que estar respaldado na lei. (...) Quem quiser resistir à busca da verdade, o fará nos termos da expressão democrática que hoje nós vivemos. O que eu posso dizer é que a sociedade brasileira hoje quer a verdade", disse Cardozo.
O Exército encaminhou documento ao Ministério da Defesa afirmando que a comissão "poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão". O texto teria sido escrito em setembro do ano passado.
O ministro da Justiça participou na manhã de hoje da homenagem a seis mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar (1964-1985). Entre elas, Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart (1961-1964), deposto pelos militares. Todas elas já foram anistiadas pelo governo brasileiro.
EX-COMPANHEIRAS
Entre as homenageadas estavam ex-companheiras de prisão da presidente Dilma Rousseff. Uma das dirigentes da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), Dilma ficou presa de fevereiro de 1970 até o final de 1972.
"Eu compartilhei [com a presidente Dilma] uma cela no presídio Tiradentes, e o mesmo beliche, ela embaixo e eu em cima", lembrou Sônia Hipólito, militante da UNE (União Nacional dos Estudantes) durante a ditadura.
"Quando ela chegou no presídio, a gente já viu que ela era discreta e competente. Eu confio inteiramente que ela vai ser uma grande presidente para nós", disse Rose Nogueira, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) e também ex-companheira de prisão de Dilma.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/888902-ministro-rebate-exercito-e-diz-que-comissao-da-verdade-e-um-dever.shtml
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (15) que a criação da Comissão da Verdade é um "dever do Estado brasileiro" e rebateu as críticas do comando do Exército, que já se mostrou contrário ao projeto de lei para criar o grupo.
"A Comissão da Verdade, que se discute hoje no Congresso Nacional, é um dever do Estado brasileiro também [como a comissão de anistia]. O direito ao esclarecimento de fatos é um compromisso histórico, democrático, que tem que estar respaldado na lei. (...) Quem quiser resistir à busca da verdade, o fará nos termos da expressão democrática que hoje nós vivemos. O que eu posso dizer é que a sociedade brasileira hoje quer a verdade", disse Cardozo.
O Exército encaminhou documento ao Ministério da Defesa afirmando que a comissão "poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão". O texto teria sido escrito em setembro do ano passado.
O ministro da Justiça participou na manhã de hoje da homenagem a seis mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar (1964-1985). Entre elas, Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart (1961-1964), deposto pelos militares. Todas elas já foram anistiadas pelo governo brasileiro.
EX-COMPANHEIRAS
Entre as homenageadas estavam ex-companheiras de prisão da presidente Dilma Rousseff. Uma das dirigentes da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), Dilma ficou presa de fevereiro de 1970 até o final de 1972.
"Eu compartilhei [com a presidente Dilma] uma cela no presídio Tiradentes, e o mesmo beliche, ela embaixo e eu em cima", lembrou Sônia Hipólito, militante da UNE (União Nacional dos Estudantes) durante a ditadura.
"Quando ela chegou no presídio, a gente já viu que ela era discreta e competente. Eu confio inteiramente que ela vai ser uma grande presidente para nós", disse Rose Nogueira, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) e também ex-companheira de prisão de Dilma.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/888902-ministro-rebate-exercito-e-diz-que-comissao-da-verdade-e-um-dever.shtml
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