quarta-feira, 2 de março de 2011

Movimento dos Direitos Humanos diz que Bezerra tinha relatado que estava recebendo ameaças desde novembro

Direitos Humanos diz que Bezerra tinha relatado que estava recebendo ameaças
Movimento dos Direitos Humanos diz que Bezerra tinha relatado que estava recebendo ameaças desde novembro
PortalCT

O Movimento Estadual dos Direitos Humanos (MNDH) e várias organizações e movimentos sociais estarão se reunindo nesta manhã com o secretário da secretário de Segurança Pública do Estado do Tocantins, João Costa, para solicitar "celeridade e seriedade" nas investigações sobre o assassinato do defensor de direitos humanos Sebastião Bezerra, assessor educacional do Centro de Direitos Humanos de Cristalândia e secretário regional do MNDH.

Bezerra foi morto no domingo, 27. O corpo de Bezerra foi encontrado na madrugada desta segunda-feira, 28, semi-enterrado, em Dueré, na Fazenda Caridade, a 40 km de Gurupi. Ele foi morto com requintes de crueldade.

No ofício que será entregue ao secretário João Costa, o Conselho Nacional do MNDH lembra que, em suas funções típicas dentro do CDHC, Bezerra realizava acompanhamento de casos de tortura, assassinato e violência policial e doméstica. Segundo o movimento, o militante de direitos humanos "já havia relatado para outros defensores que estava recebendo ligações de ameaças anônimas desde novembro".

Confira a seguir a íntegra do ofício que será entregue ao secretário:

"Palmas – TO, 01 de Março de 2011.

Ao secretário de Segurança Pública do Estado do Tocantins
João Costa Ribeiro Filho

O Movimento Estadual de Direitos Humanos, no caso do assassinato do Assessor Educacional do Centro de Direitos Humanos de Cristalândia e Secretário Executivo do Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH, Regional Centro-Oeste, o militante e defensor dos direitos humanos SEBASTIÃO BEZERRA DA SILVA, vem informar:

Que além do que é de conhecimento público e notório - o assassinato ocorrido no último final de semana no município de Dueré, com requintes de crueldades, fazendo uso de tortura – consideramos importante notificar essa Secretaria que o defensor de direitos humanos em suas funções típicas dentro do CDHC realizava acompanhamento de casos de tortura, assassinato e violência policial e doméstica e o mesmo já havia relatado para outros defensores do MEDH que estava recebendo ligações de ameaças anônimas desde novembro de 2010.

Que as ameaças provavelmente partiam de pessoas relacionadas aos processos acompanhados por ele; que eram de "pessoas perigosas"; que inicialmente eram contra ele e que depois passaram a ameaçar sua família, especialmente suas filhas e que essa situação o fez planejar uma mudança imediata para Goiânia, após seu retorno da última viagem a Brasília.

Diante da situação exposta, solicitamos:

Que as investigações sejam feitas com a máxima diligência e rapidez;

Que o MEDH seja constantemente atualizado dos encaminhamentos do processo investigativo;

O Movimento Estadual de Direitos Humanos, considerando as torturas a que o defensor foi submetido, não descarta a possibilidade de que o crime tenha conotação política e repressiva.

Conselho Nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH" 

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