Março 14, 2009
Um conjunto de educadores lançou um manifesto exigindo a reabertura das escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul. Entre eles estão os professores de universidades públicas do Rio de Janeiro Carlos Walter Porto Gonçalves, Emir Sader, Roberto Leher e Virgínia Fontes. O escritor uruguaio Eduardo Galeano também assina o manifesto.
No texto, os professores afirmam que as escolas mantidas em acampamentos são experiências inspiradoras para a educação pública brasileira. Mas, a governadora Yeda Crucius (PSDB) e parte do Ministério Público gaúcho resolveram fechá-las, fato que parecer ser mais uma tentativa de enfraquecer o MST e expulsá-lo do estado.
Segundo o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Leher, a organização curricular das escolas itinerantes é a mesma das escolas públicas. Ele considerou uma irresponsabilidade do governo estadual se basear em uma matéria da revista Veja para acusar essas escolas de formar militantes ou revolucionários.
“O fato de a escola poder difundir conhecimentos que são ferramentas conceituais para tornar o estudante capaz de ter uma leitura crítica do mundo e da vida é que faz esse estudante não se conformar com uma situação social que é injusta, violenta e segregadora.Uma pessoa que tem uma formação ampla é capaz de se indignar diante das injustiças porque ela compreende a raiz social dessas injustiças, e é isso que incomoda na pedagogia do MST.”
Na opinião do professor, a atitude do poder público no Rio Grande do Sul vai contra a Constituição Federal, que garante que a escola pública deve ter pluralismo teórico e liberdade de crítica.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.
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