Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
05/08/2011 | 09h19 |
O relatório publicado nesta sexta-feira pela Anistia Internacional alerta para o fato de o crescimento econômico do Brasil estar ameaçando a sobrevivência dos índios, principalmente no estado do Mato Grosso do Sul. A anistia também faz referência aos impactos causados pelo projeto de construção da usina de Belo Monte, no Pará. Os representantes da Anistia Internacional visitaram o Brasil em outubro do ano passado.
"Em meio à expansão acelerada do agronegócio, os Guarani-Kaiowá estão sofrendo violências e intimidações de pistoleiros contratados por fazendeiros locais, enquanto são privados do direito constitucional a suas terras ancestrais, em função dos obstáculos jurídicos criados por um poderoso lobby ruralista", afirma o relatório.
Segundo a Anistia Internacional, projetos de infraestrutura como a construção de hidrelétricas, estradas e portos, somados à expansão do agronegócio e das empresas de mineração, "são acompanhados de despejos forçados e da perda de meios de subsistência, bem como de ameaças e de ataques contra os manifestantes que questionam esses projetos e contra defensores dos direitos humanos". Como exemplo, o relatório cita a perseguição aos pequenos agricultores que protestam contra a perda de terras durante projeto de transposição do Rio São Francisco, além dos índios.
O documento relata ainda dois exemplos de violência contra os índios. O primeiro, de setembro de 2010, quando uma criança de três anos morreu de diarreia na comunidade Kurusú Ambá, no Mato Grosso do Sul, pois a Fundação
Nacional da Saúde havia suspendido as visitas ao local por considerá-lo perigoso.
O outro caso aconteceu um mês depois, em outubro, no sul do estado da Bahia. Um líder Pataxó Hã-Hã-Hãe, José de Jesus Silva, foi morto a tiros por um pistoleiro, quando tentava levar mantimentos a um grupo de índios que ocupava suas terras de origem.
Da Agência O Globo
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