quarta-feira, 4 de maio de 2011

‘À Sombra de um Delírio Verde’. A luta dos Guarani Kaiowá contra avanço da cana


'À Sombra de um Delírio Verde'. A luta dos Guarani Kaiowá contra avanço da cana
 

Nesta quarta-feira na Esplanada dos Ministérios em Brasília, às 20h acontece o lançamento do documentário À sombra de um delírio verde, que conta a luta dos Guarani-Kaiowá, etnia indígena com a maior população no Brasil, contra o avanço da monocultura da cana-de-açúcar. Relatórios de organizações de direitos humanos têm denunciado sistematicamente o genocídio contra esta etnia. A exibição está dentro da programação do Acampamento Terra Livre.

A reportagem é do sítio do Cimi, 03-05-2011.
 
A co-produção Brasil, Argentina e Bélgica será teve sua estreia no Festival Cine Latino, em Tolouse, França, em março, sob aplausos e comentários de espanto e indignação do público em relação à realidade dos indígenas que sobrevivem à sombra do lucro e dos discursos ecologicamente corretos dos biocombustíveis.
 
Em seguida a exibição, um dos diretores do documentário, Cristiano Navarro, e as lideranças Guarani Kaiowá estarão presentes para uma conversa com o público e jornalistas.

Veja trailer.
  
Sinopse
 
Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani-Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível "limpo" e ecologicamente correto. Sem terra e sem floresta, os Guarani-Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças.

Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.

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