O GLOBO | O PAÍS DIREITOS HUMANOS 09/01/2011
Tema deverá ter prioridade na agenda de Dilma, que pretende adotar estilo mais pragmático e discreto que o de Lula
BRASÍLIA.
A marca pessoal que a presidente Dilma Rousseff quer imprimir em corações e mentes de brasileiros terá forte influência na política externa. Ao lado do chanceler Antonio Patriota e do assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, ela adotará a inserção dos DIREITOS HUMANOS nos grandes debates multilaterais, área em que o Brasil mais recebe críticas, por suas tradicionais abstenções.
O estilo de Dilma vem agradando à diplomacia brasileira: é mais pragmática e menos barulhenta que seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, por outro lado, precisou desbravar caminhos inóspitos para projetar o Brasil no cenário externo.
A presidente quer resultados nas relações internacionais mas, assim como vem fazendo no campo doméstico, adotará o jeito de ser low profile, ou seja, sem muita publicidade por perto. O que já se sabe, até por ela mesma, em uma entrevista ao jornal americano "Washington Post", é que a presidente usará sua condição de mulher e defensora dos DIREITOS HUMANOS para dar opiniões nessa área. Foi assim ao declarar que é contra o apedrejamento no Irã, duas semanas depois de o Brasil se abster na ONU sobre o tema.
Um experiente diplomata, hoje perto da presidente, arrisca-se a dizer que a marca de Dilma será "um pragmatismo suave e sereno". Ela quer continuar a busca iniciada por Lula a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. Mas almeja ter uma marca própria. Dilma pode viver momentos difíceis, ao passar por EUA e China, países que visitará este semestre. Se tiver oportunidade, dirá a Barack Obama que o Brasil é criticado em DIREITOS HUMANOS porque dá, periodicamente, todas as informações pedidas nessa área pela ONU, ao contrário dos EUA.
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