Sob tensão, área onde morreu Dorothy Stang recebe PF e Força Nacional
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança chegaram nesta quarta-feira (19) ao assentamento no qual foi morta a missionária Dorothy Stang, em Anapu (PA), que vive nova tensão entre assentados e madeireiros.
As tropas saíram de Altamira (PA) de manhã. A PF na cidade afirmou que são ao menos 20 homens, entre policiais federais e da Força.
Trabalhadores do assentamento de Dorothy Stang ameaçam fechar Transamazônica
Manifestantes bloqueiam assentamento que era defendido por Dorothy Stang no Pará
Desde a semana passada, assentados do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança bloqueiam uma estrada de terra dentro do área. Eles querem impedir o desmatamento.
Na terça, durante uma reunião com representantes do Incra (Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária) e CPT (Comissão Pastoral da Terra), uma outra divisão de assentados, que negocia com os madeireiros, ameaçou também bloquear a rodovia Transamazônica (BR-230) se o governo insistisse em combater a exploração.
Revoltados com a possibilidade da instalação de guaritas de vigilância na entrada e na saída do PDS, para evitar o trânsito de caminhões com toras, eles chegaram a impedir temporariamente a saída de Cleide de Souza, superintendente do Incra que estava na reunião.
No próximo dia 25, deve ocorrer uma audiência pública com o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, para tentar resolver o impasse.
O conflito atual é muito parecido com o que resultou na morte de Stang, um dos principais marcos da violência agrária na Amazônia.
Norte-americana naturalizada brasileira, ela foi morta com seis tiros em fevereiro de 2005, por denunciar crimes ambientais e grilagem de terra na região do PDS.
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