quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ditadura: desaparecimentos investigados

Ditadura: desaparecimentos investigados

Para promotor do MP Militar, casos de ativistas de esquerda se comparam a sequestros

Evandro Éboli, O Globo

O Ministério Público Militar do Rio abriu procedimento para investigar os responsáveis pelo desaparecimento de ao menos 40 ativistas de esquerda que foram levados para unidades militares no estado, durante a ditadura.

A iniciativa é do promotor Otávio Bravo, para quem é preciso esclarecer os casos de desaparecimento forçado durante o regime militar. O promotor compara esses casos de desaparecimento a sequestros.

Bravo pediu ajuda de entidades como o Tortura Nunca Mais, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. A presidente do Tortura Nunca Mais do Rio, Cecilia Coimbra, encaminhou ontem ao promotor uma relação de 40 nomes de desaparecidos políticos.

Otávio Bravo solicitou também indicação de testemunhas que possam colaborar para esclarecer esses casos. O grupo enviou nomes de parentes de quatro desaparecidos: Mário Alves de Souza Vieira, Rubens Paiva, Carlos Alberto Soares de Freitas e Stuart Angel Jones.

Além deles, a investigação do promotor inclui também desaparecidos que passaram por prisões no Espírito Santo, estado que, com o Rio, também faz parte da 1 Circunscrição Judiciária Militar.

— Não tenho a ingenuidade que algum desses sequestros ainda esteja em curso. Evidentemente, não estão. Mas, para dizer que esses crimes estão prescritos e seus responsáveis anistiados, tem que se saber como terminaram. O principal objetivo da ação é esclarecer como isso tudo aconteceu. Se essas pessoas estão mortas, se foram libertadas ou se fugiram — disse Bravo.



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