POLÍTICA
Ministra diz que direitos humanos pautam governo
Maria do Rosário participa de reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta segunda
Jamil Chade, O Estado de S. Paulo
Criticado nos últimos anos por poupar críticas a ditadores, o governo brasileiro tentará passar uma mensagem inequívoca: os direitos humanos estarão no centro da agenda de Dilma Rousseff, tanto em sua política interna como na política externa.
Mas fará um alerta: o Brasil não aceitará que crises internacionais, inclusive na Líbia, sejam tratadas de forma unilateral ou por invasões e devem ter sempre uma solução multilateral.
A mensagem será dada hoje na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos. O encontro marca a estreia do governo Dilma nos fóruns internacionais de direitos humanos.
Regimes autoritários e democracias não escondem a expectativa sobre qual será a posição do novo governo brasileiro.
"Vamos falar claramente que o governo da presidente (Dilma) tem os direitos humanos como o centro de sua política", afirmou a ministra. Segundo ela, a posição de destaque do País no cenário internacional será usada para promover essa ideia.
Nos últimos anos, o Brasil se absteve em votações sobre o Irã, Coreia do Norte e Sudão. Dentro do Palácio do Planalto, Itamaraty e da Secretaria de Direitos Humanos há uma percepção clara de que houve erros.
Ao chegar a Genebra, Maria do Rosário optou por não criticar o governo Lula, mas não respondeu se vai votar pela suspensão da Líbia do Conselho de Direitos Humanos.
Segundo ela, o governo não vai abrir mão de sua posição de que soluções para crises devem ser encontradas de forma multilateral e em fóruns internacionais.
Para ela, até o governo de Barack Obama está entendendo essa posição brasileira.
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