segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Governador de Roraima não crê em saída pacífica de reserva indígena

PABLO SOLANO
da Agência Folha

O novo governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB) --que assumiu o Estado sexta, após a morte do governador Ottomar Pinto--, disse que não tem esperança de uma retirada pacífica da população não-índia da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, que se recusa a sair da área.

A área foi homologada em 2005 pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Conforme portaria, a saída dos não-índios deveria acontecer até abril de 2006 e foi marcada posteriormente para setembro deste ano, mas ainda não foi realizada.

Anchieta, que ocupava o cargo de vice-governador, assumiu o Estado após a morte de Ottomar Pinto, 76, por uma parada cardiorrespiratória, na terça. Reeleito em 2006 para governar Roraima, Ottomar reivindicou ao governo federal a reversão da homologação da reserva.

Anchieta, assim como Ottomar Pinto, considera que a decisão contrariava os interesses do Estado.

"Nós lamentamos muito se o governo federal levar a frente [a desocupação] e perdermos vidas de índios, não-índios e policiais", afirma o governador.

Anchieta afirma que não terá o que fazer para conter qualquer situação de violência caso o governo realize a desocupação com a participação das Forças Armadas e da Polícia Federal, mas se coloca a disposição para negociar outra alternativa.

Para ele, o governo federal deve ceder áreas do Incra para o Estado instalar os produtores que devem deixar a reserva.

"Eu acho que tem que se ter bom senso para se respeitar as famílias. Eu não quero imaginar a possibilidade de se resolver isso de forma traumática", afirma o novo governador de Roraima.

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