Raphael Ferreira
Da Agência Brasil
Brasília - O número de pessoas mortas em operações policiais no estado do Rio de Janeiro aumentou 20% em um ano. Os dados foram divulgados hoje (7) pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e permitiram a comparação entre os tipos de ocorrência policial de 2006 a 2007.
Entre janeiro de novembro, 1.186 pessoas foram mortas em autos de resistência, supostamente por resistirem à prisão, contra 982 no mesmo período do ano passado. As estatísticas mostraram ainda que o estado também teve mais policiais mortos em serviço. Nos 11 primeiros meses do ano, foram 31, contra 25 em 2006.
A presidente do Instituto de Segurança Pública, Ana Paula Miranda, afirmou que os dados são reflexo da maior freqüência de operações policiais em 2007. “A Secretaria Estadual de Segurança Pública adotou uma estratégia de confronto com os criminosos, o que certamente influenciou no aumento desses números”, disse Ana Paula Miranda.
Já o professor Ignácio Caño, especialista em segurança pública da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, acredita que as estatísticas divulgadas revelam um equívoco na política de segurança pública do estado. Para Caño, o governo do estado deveria dar prioridade à investigação policial e à presença permanente da polícia em locais sob domínio do tráfico de drogas, em vez de apenas fazer operações repressivas.
“Sempre me manifestei por uma política de redução dos confrontos policiais armados e dos tiroteios. Infelizmente, o governo do estado optou justamente por incentivar esses confrontos, embora não seja possível ver nenhum resultado concreto desse tipo de política até agora”, criticou.
Segundo o Instituto de Segurança Pública, as estatísticas foram feitas com base nos registros policias das delegacias do estado. Entre os crimes apurados, os que apresentaram maior queda em 2007 foram os de roubo e furto de veículos. Os roubos a pedestres aumentaram cerca de 16%.
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